Por Ronildo Brito
No final da manhã desta quinta-feira (20), a Vigilância Sanitária de Teixeira de Freitas, órgão vinculado à Prefeitura Municipal, chegou a um casebre em ruínas e nas mais precárias condições de higiene, onde funcionava uma central de torrefação de milho pra ser acrescentado posteriormente no café vendido em supermercados e mercearias. Apesar das péssimas condições de higiene, total aberto e com muitas fezes de eqüinos e ratos, informações obtidas pelos fiscais da VS dão conta que marcas famosas do mercado regional adquiriam o milho torrado no lugar.
“O flagrante só foi possível graças a uma denúncia anônima de um morador próximo a este local”, informou Rosana Vaz de Campos, coordenadora da Vigilância Sanitária Municipal. Ele foi ao local acompanhada dos fiscais sanitários Nelson Carvalho, Andréia Hering e Joaquim Correia, além de uma guarnição da Polícia Militar formada pelos soldados Herculano e Jasckson.
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Muito cocô de animais espalhados no interior do casebre onde foi descoberta a torrefadora |
A torrefadora foi montada nos fundos de uma fábrica de caixotes de madeira para transporte de mamão, na região das casas populares, fundos do Star Motel, bem próximo à rodovia BR-101 e do Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). No lugar, após a chegada dos técnicos da Vigilância Sanitária e policiais militares, compareceu um filho do dono da serraria, esse que informou não possuir nenhuma responsabilidade sobre o casebre e as máquinas que lá estavam. Foi informado apenas que um outro filho do dono teria alugado o espaço pra um pessoal desconhecido.
O rapaz, que preferiu não ter o nome divulgado, também disse que a fábrica estava desativada há algum tempo. O problema é que nos fundos do casebre estavam toras de lenha cortadas recentemente.
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Restos de milho torrado em meio a muitas fezes de roedores em cima do secador (forno) |
Em cima do forno principal que era usado para torrefação do milho estava muito cocô de roedores e um mau cheiro insuportável característico de urina de rato. Bem ao lado do forno existe um vão tomado por fezes de bovinos e eqüinos. Outro fato característico do funcionamento do local foram os fios da rede elétrica, um desvio de força (gato) da própria fábrica de caixotes.
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Lenha com cortes recentes encontrada nos fundos do casebre indicariam funcionamento do local |
Os fiscais da Vigilância Sanitária não ficaram convencidos que a torrefadora seria de outras pessoas desconhecidas e sim, alguém ligado ao dono da serraria. Foi lavrada uma infração e segundo informou Rosana Vaz de Campo, coordenadora da VS, o casebre terá que ser demolido nos próximos dias. Se o dono da serraria não providenciar a demolição, a própria Vigilância Sanitária poderá recorrer ao Judiciário pra obter autorização pra este fim. Outra saída será a formalização de multas pesadas contra o proprietário do terreno.
Fraude com o milho
A Instrução Normativa nº 16, de 24/5/2010, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que visa a garantia da qualidade para o café torrado e moído no Brasil, estabelece como 1% o percentual máximo permitido em conjunto de impurezas (cascas e paus), sedimento (pedras, torrões e areia) e matérias estranhas (milho, centeio, açúcar, cevada, sementes de açaí, entre outras).
Fonte: TeixeiraNews
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