Pesquisadores do Laboratório de Microbiologia dos Alimentos da UFRJ
descobriram um alto índice de contaminação em embalagens de molhos com
ketchup e mostarda, e em recipientes com doce de leite e mel, coletados
no Rio. Feita com orientação do professor Marco Antonio Lemos Miguel, da
UFRJ, duas alunas - Priscila Paula Duboc e Carolina Beres - coletaram
as embalagens fechadas em lanchonetes e bares cariocas para serem
analisadas em laboratório. O resultado foi estarrecedor: na área externa
dos invólucros, numa amostragem de 285 unidades retiradas dos balcões
de bares e lanchonetes do Rio, mais de 70% apresentaram contaminação por
fungos, 82% por bactérias, sendo 66% por estafilococos, um tipo de
bactéria muito resistente. Em mais de 10% dessas embalagens foram
encontrados coliformes fecais.
- São dados alarmantes para os consumidores, pois esses
microrganismos podem causar infecção intestinal, vômitos e diarreia.
Examinamos as embalagens de molho que muitos consumidores costumam abrir
usando a boca. No caso do mel e do doce de leite, muitas crianças
brincam com as embalagens na boca. O perigo para quem consome estes
molhos e doces na rua é muito elevado - diz o professor Lemos Miguel.
Antes das embalagens plásticas, os temperos eram servidos em
bisnagas, mas foram substituídas em definitivo em vários estados
brasileiros por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Isto porque um dos maiores índices de internação hospitalar
por contaminação por fungos e bactérias era exatamente os que tinham
origem em intoxicação alimentar proveniente das "recargas" de ketchup,
mostarda e maionese, já que raramente existia uma limpeza da embalagem
antes da reposição do produto.
Agora, em função do resultado apontado pelo estudo, o professor
Lemos Miguel recomenda o uso de um abridor de sachês, que também foi
posto à prova, a fim de verificar se também servia como agente de
contaminação. Os testes com o abridor mostraram que os níveis de
contaminação eram bem menores. Os abridores reduziram em quase 90% os
riscos de uma infecção, pois a lâmina de corte elimina as bactérias
instaladas nas embalagens.
- Avaliamos também o tempo de resistência das bactérias
encontradas nas superfícies das embalagens e descobrimos que elas podem
permanecer naquele ambiente por muito tempo. Isto serve de alerta para
os cariocas que costumam se alimentar em lugares públicos usando
embalagens de molhos que ficam expostas durante o dia inteiro e depois,
durante a noite, são guardadas de forma inadequada. Todo cuidado é
pouco, especialmente com as crianças - alerta Miguel.
Fonte: Jornal O Globo
_____________________
Notícias relacionadas:
http://www.visatx.com.br/2010/12/vigilancia-sanitaria-proibe-o.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário