A
diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) decidiu, em
reunião nesta quarta (31), transferir para uma reunião pública, em data a ser
determinada, a votação do relatório que recomenda a retirada do mercado dos
medicamentos inibidores de apetite.
Segundo
informou o site da agência, o objetivo é "mostrar a transparência do
processo de tomada de decisão da Anvisa e dar amplo conhecimento ao relatório,
que tem cerca de 700 páginas".
A
agência analisa retirar do mercado os inibidores de apetites conhecidos como
anfetamínicos. As substâncias cuja venda pode ser suspensa são o anfepramona, o
femproporex e o mazindol.
Sobre
a sibutramina, um dos remédios mais vendidos que atuam na redução de apetite, a
agência deverá divulgar novas normas de controle.
A
decisão que pode retirar os medicamentos anfetamínicos do mercado será tomada
pela direção da ANVISA com base em laudos elaborados por técnicos da agência.
"O
relatório técnico da ANVISA reforça a necessidade de ampliação do controle de
produtos de emagrecimentos e explicita a retirada do mercado dos anfetamínicos
por insuficiência de dados que assegurem a eficiência [...] O processo que está
sendo analisado é manter a sugestão da retirada [do mercado] dos anfetamínicos
e manter a sibutramina sob vigilância intensa", disse o diretor-presidente
da ANVISA, Dirceu Barbano.
Os
inibidores de apetite atuam em uma região do cérebro conhecida como hipotálamo,
que regula a sensação de fome e de saciedade.
A
Anvisa divulgou uma nota técnica em fevereiro na qual recomenda evitar o uso dos
remédios (além da sibutramina, a anfepramona, o femproporex e o mazindol), já
que poderiam provocar efeitos colaterais como problemas cardíacos.
Segundo
Barbano, a venda da sibutramina poderá ficar sob vigilância da ANVISA por um
período de 12 meses. Durante esse período, o medicamento só poderia ser vendido
com o chamado termo de informação, em que o médico e paciente assinam um
documento se responsabilizando pelo uso do medicamento.
Outra
possível medida é a criação de um sistema de acompanhamento digital da venda do
medicamento, utilizado pelas farmácias. Outra medida em análise é estabelecer
um prazo de 12 meses para as indústrias responsáveis pela produção do
medicamento apresentar planos de eficácia do produto.
"Todos
nós continuamos muito preocupados. Ao manter este produto no mercado, temos de
garantir que ele seja muito eficaz. Os estudos indicam que há grupos de
pacientes que não podem usar a sibutramina. Pacientes que têm cardiopatia não
devem usar o medicamento", diz o diretor da ANVISA.
EUA e Europa
A venda de remédios para emagracer com sibutramina foi proibida pela agência reguladora de remédios na Europa no início de
Conhecido
como Scout, o estudo que levou a agência reguladora europeia a banir o
medicamento contou com 9 mil pacientes obesos, monitorados durante 5 anos -
parte deles recebeu sibutramina e outra parte tomou uma medicação sem efeito
(placebo). Todos os integrantes da pesquisa passaram por dieta e praticavam
exercícios físicos.
No
caso dos Estados Unidos, a agência reguladora de alimentos (FDA, na sigla em
inglês) também recomendou o fim do uso do medicamento. Com isso, a Abbott,
empresa responsável pela venda da sibutramina, retirou o produto do mercado.
Canadá e Austrália também são países onde o comércio da droga é vetado.
Fonte.:
ANVISA / Folha de São Paulo
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